"Ou seja: muitas vezes, são os nossos pensamentos que se transmitem ao nosso corpo e que nos cansam. Por exemplo, às vezes não é o trabalho em si que nos cansa, mas a falta de reconhecimento. Podemos passar o dia inteiro à secretária sem mexer uma palha, e acabarmos tão de rastos como se tivéssemos vindo da maratona. O que é que se passa? O sentimento de impotência deprime-nos, baixa-nos as defesas, e acentua o cansaço físico. Paradoxalmente, uma vida muito monótona e sem desafios pode cansar-nos mais do que se vivermos afogadas em adrenalina.
Pois é: o problema nem sempre está em não sabermos o que nos aflige. Na maior parte das vezes, conhecemos perfeitamente as causas do nosso cansaço. A dificuldade está em correr o risco de perturbar um equilíbrio que, melhor ou pior, conseguimos na nossa vida. Mas vale a pena tentar mudar: ser mais egoísta, tirar uma noite para namorar sem as crianças, saber quando pode dizer ‘agora não posso fazer esse trabalho', saber a quem pedir ajuda quando for preciso em vez de carregar tudo aos ombros, escolher de que amigos queremos mesmo ser amigos em vez de nos dispersarmos por todos os corações, perceber o que é que sempre quisemos fazer e nunca fizemos, organizar melhor a vida para tirar melhor partido dela. E quando estivermos cansadas, ao menos que tenha valido a pena o cansar-nos... "
Extractos, palavras recolhidas e ditas ao vento... sem e com nexo, depende apenas do momento em que foram lidas, em que foram recolhidas... podem agora não ter nexo algum, mas já o tiveram, um dia, um momento, segundos apenas...
Em dias como o de hoje em que "tou aqui tou já ali, pois eu estava bem era acolí"... em dias como o de hoje em que o tempo teima em não passar, em que os ponteiros do relógio parecem ter bloqueado... em que o sol brilha lá fora, mas está frio e além do mais não tens vontade de te mexer sequer...
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Comecei este post ontem... num dia cheio de expectativas, ansiedades e emoções... hoje as coisas não são muito diferentes: o tempo continua a não querer passar, o sol não brilha... por sua vez o vento assobia, faz abanar os vidros nas janelas... a chuva cai!
Mas o dia ainda está a começar... não há que haver desesperos!! Há sim que haver um sorriso nos lábios, um brilhozinho no olhar... e saborear o facto de num dia de tempestade como o de hoje, ainda temos a sorte de poder observar tudo do lado de cá da janela, num sítio quente, seco e acolhedor... com uma caneca de chá na mão. Lá está... há sempre que tentar ver o lado positivo das coisas!!
Grüß aus München,
Sara
Tal como ontem o dia esteve de chuva em Munique, tal como ontem acordei bem-disposta e sem grandes planos para o dia que tinha á minha frente... folheei com mais ou menos interesse o panfleto que trouxera ontem do cinema e resolvi prestar um pouco mais da minha atenção aos filmes que estavam em cartaz no dia de hoje! Já tinha visto o cartaz do novo filme com o actor Shahrukh Khan e tinha comentado: "Este filme temos que ver, mais não seja pelo actor" (sim Eu por vezes gosto de ver filmes Bollywood!!).
O filme estava hoje em cartaz e a sessão seria ás 17h. O tempo necessário para cozinhar algo rápido, almoçar com sossego, sair em direcção á cidade e ainda tomar um café, ver as montras... sei lá divertir-me!
Assim foi, perto das 3h estava já em Stachus... chovia e estava frio! Aproveitamos para tomar um café, a pergunta era: "Onde?" Nisto chamou-nos a atenção um cartaz de propaganda a um café mesmo ao lado do cinema e que por acaso ainda não conhecíamos... quando espreitei, antes de entrar e procurar mesa, apenas vi um balcão pequenino, com uma vitrine apertada e uma menina simpática que tirava cafés nesse mesmo instante. Seria isto apenas a que se resumia o café? Não, não era... atrás de mim estava um corrimão em ferro forjado... lindo e com ar antigo, este mesmo acompanhava umas escadas de mármore até ao 1° andar do edifício... Surpresa das surpresas: que salão lindo! Foi quase como uma viagem no tempo... uma decoração típica anos 30/40, com cortinados e candeeiros antigos. Mesas pequeninas, com cadeiras forradas. Nas paredes postais antigos com desenhos e mensagens da época a retratarem Munique antigo. Fiquei estupefacta e maravilhada ao mesmo tempo! Gostei ! Prometi a mim mesma, que eu hei-de lá voltar! E sim... da próxima vez levar a máquina fotográfica comigo e quem sabe obtenho permissão para fotografar o interior do salão...
Costuma-se dizer que quando se está bem o tempo passa mais depressa e foi isso mesmo que aconteceu... enquanto nos aquecíamos com café e nos deliciávamos com os bolos que comemos, o tempo passou a correr e as 4 horas chegaram, deixamos aquele lugar mágico e acolhedor e voltamos ao frio. Vocês não imaginam o frio que esteve hoje em Munique!
O filme iria ser exibido no mesmo cinema onde assisti ao filme "Haschiko", deste edifico já vos falei no Boulevard. Sendo assim, o cinema estava ainda fechado pois a 1a sessão iria ser mesmo a das 17h, mas como tínhamos reservado os bilhetes convinha chegarmos pelo menos ás 16h30 para confirmarmos os lugares. A entrada do cinema é um pouco recuada, o que hoje até soube bem devido ao frio, mas ali estavamos e só éramos nós. Seriamos apenas duas pessoas a assistir ao filme??? Conforme o tempo passava (e já passava das 16h30) chegavam mais pessoas, mas funcionários do cinema... NADA!
Nisto comecei a reparar no facto de que apenas chegavam mulheres e cada vez mais mulheres para assistir ao filme! Pensei logo, é por causa do actor Eu não me tinha informado sobre o filme, apenas sabia que o queria ver! Finalmente chegaram dois funcionários do cinema, podemos entrar... os lugares eram fantásticos, apesar de ter sido eu a fazer a reserva não fazia ideia de quais seriam... (pois falei com uma gravação), mas mesmo assim... balcão, mesmo em frente ao ecrã... perfeito!
O filme começou... (eu já referi que não fazia a mínima ideia do que se tratava o filme!) nisto começam a explicar de que o filme seria sobre pessoas com autismo, que não queriam se referenciar a ninguém em especial, nem ferir sentimentos, mas este filme iria tocar em muitas feridas! Comecei a estranhar, algo demasiado sério para o "típico" Bollywood...
Posso-vos dizer que saí do cinema de rastos!! Completamente arrepiada, com lágrimas nos olhos e com a sensação de: "Ouuuhhhh.... Bem, nunca pensei!!!". Eu não faço ideia se o filme já está anunciado em Portugal ou se virá a estar sequer... mas aconselho-o, mas sinceramente não a TODOS!! Pois é preciso ter uma mente aberta, conhecimento de causa e experiência de vida para ver e compreender este filme!
My Name Is Khan tocou-me! Chocou-me e fez-me ver a realidade com outros olhos! Não só em relação ao autismo, feliz ou infelizmente já tive contacto com pessoas "autistas" e tenho imenso carinho e respeito por elas. Mas ao mesmo tempo o racismo focado no filme, fez-me medo. Medo pois a sociedade onde vivemos é Má e Injusta, e Eu acabo por ser tb um "estranha" no país onde vivo... e tal como o "11 de Setembro" mudou o mundo e vida de milhares de pessoas, quantos mais "11s de Setembro" virão a acontecer um dia? Quantas vidas virão a mudar assim drasticamente um dia?
Tocou-me tb pois convivo com uma realidade diferente daquela com a que cresci, sim o Mundo além fronteiras Nacionais é tão diferente... aqui contacto com tantas outras nacionalidades, culturas e modos de ser e estar na vida! Faz-nos ver o Mundo com outros olhos e a ter um respeito pelo ser próximo! Há que saber respeitar as diferenças por muito que nos custe a aceita-las!...
Quem sabe um dia obtenho mais opinioes sobre este tema e sobre o filme em si!
Grüß aus München
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